"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011




Adeus, Ano velho! Bem-vindo, 2012!


Adeus, Ano Velho! Missão cumprida!
Escoas agora no oceano do tempo,
Dores e alegrias diluem-se... Passaram.
Contudo, fica o extrato dos fatos vivenciados,
o aprendizado filtrado, norteador dos meus novos dias.
Fica o meu eu acrescido, enriquecido de Vida
e as presenças balsâmicas dos familiares e amigos, 
E mais a doçura do amor, a sutileza da poesia! 

Bem-vindo, Ano Novo! A vez é tua!
Há quem diga que trazes transformações,
boas novas, que serás um marco entre os tempos;
outros há que te agouram, incitam temores...
Há também os indiferentes, os incrédulos.
No íntimo, porém, todos igualmente almejam 
dias bem melhores para o mundo.
Pelo sim, pelo não, aliam-se à Esperança,
eternizada criança, cheia de graça e inocência.
Ano vai, ano vem, instante a instante
ela se afiança em sua pura essência, 
posto que vem do sopro do Pai,
indissolúvel herança.
Companheira inseparável do Tempo,
sejam os teus dias densos ou diáfanos, 
a todos convida à reflexão, à Humanização, 
à restauração do Ser.
De novo e de novo ela sempre insuflará
a chama do Amor no coração dos homens,
mesmo àquele que dorme, pois que um dia despertará.
Alento perpétuo em vigília constante,
nos falará a todos de dentro dos nossos sonhos
e se rejubilará quando realizados.
Pela mesma razão se compadecerá,
porque há sonhos bons e sonhos “ruins”,
porquanto, na roda da Vida, seja preciso ainda
homens como meninos turbulentos
para mover os mansos do esquecimento, até que 
ambos se enfadem de andar em círculo
e cheguem, enfim, os dias de concórdia
na nova era que há de vir, segundo os profetas. 
Quando? Um dia... A Esperança espera!
A Esperança sobrevive às eras.
Bem-vindo, Ano Novo! Bem-vindo!
Pelo sim, pelo não, vens à frente fiando esses dias
e a Esperança do mundo te recebe em festas!

                                          Isabel Pakes

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domingo, 18 de dezembro de 2011




Todos os anos é assim


Todos os anos é assim quando chega dezembro.
Uma aura de bondade envolve o planeta,
A esperança renasce! 
As cidades se transformam...
Luzes coloridas se acendem como estrelinhas  
e a Terra parece espelhar o céu.
Canções de amor e fraternidade impregnam o ar
 de um desejo de paz e harmonia!
Tudo é festa, encantamento, magia!
As casas se enfeitam, os homens se unem
e a alegria se instala em seus corações.
Adornam suas árvores, suas ruas 
e montam o presépio onde José e Maria, 
junto à manjedoura, aguardam Jesus Menino.

E chega o dia! O dia maior de todos os dias!
Prepara-se a ceia, a mesa, os brindes...
Os sinos repicam... É meia-noite!
Os olhos brilham! Feliz Natal! Feliz Natal! 
Completa-se o presépio, o Menino nasceu! 
E chega o papai-noel... Oh, oh, oh! 
Que euforia! Abrem-se os presentes, os sorrisos,
os braços para os abraços enquanto, 
na manjedoura, um boi e um burrinho
aquecem Jesus Menino.

                                                   Isabel Pakes

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011



Lembranças de uma Árvore de Natal


Morávamos à beira-linha
e a nossa porta de entrada 
grande e escancarada
deixava ver lá de fora
a nossa Árvore de Natal,
um galho enorme de cedrinho
“plantado” a um canto da sala -
- o ponteiro quase tocando o teto,
enfeitado de pingentes coloridos
e flocos de algodão,
e mais as luzinhas pisca-piscando
projetando nas paredes 
uma linda sombra rendada
em cores que se alternavam,
e, em nós, ternura e fascinação.
Arte e esmero do nosso pai.
Saudade!

Naquela noite, lembro-me bem, revivo...  

Com os olhos da memória
vejo o trem parando diante da nossa casa
e os passageiros se apinhando 
nas janelas de um vagão;
e ouço as vozes de espanto em eufórica exclamação:
Vejam! Vejam lá, a Árvore de Natal! 
Vejam, que linda! Que linda!

Surpresa, admiração, alegria! 
Adultos, jovens e crianças, 
pessoas desconhecidas
vindo, sabe-se lá de onde,
indo, sabe-se lá para onde,
ali, nos rejubilando!
Breves instantes de intensa emoção!
Mas, quando o trem deu a partida, 
já éramos amigos fraternos
trocando acenos de despedida
e votos esfuziantes
de um Bom e Feliz Natal!

E vieram outros Natais

e mais outros e mais outros,
E é de novo... E eu não esqueço.
O trem da vida passando
e as luzinhas pisca-piscando
remetem-me sempre à lembrança
daquela Árvore de Natal. 

                                                         Isabel Pakes



                                       
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011




Haikai


Cálida noite.
Janelas abertas,
visita de vagalumes. 

                                                          Isabel Pakes




sexta-feira, 2 de dezembro de 2011




AVANTE


De onde vieste? Que caminho trilhaste?
Que distância percorreste e que tempo
levaste até chegar aqui, agora?
Que proveito tiraste do seqüênciar das horas
ao labor dos dias desse tempo?
Quem acompanhou os teus passos?
Que bens conquistaste para ti ao longo desse trajeto
e que bens ofereceste de ti?
Que espécie de pegadas deixaste?
Cultivaste flores, ou só tiveste olhos para os abrolhos?
Que sentimentos despertaste
 naqueles que te puseram a caminho,
naqueles que te guiaram os passos,
 naqueles que te permitiram a passagem,
naqueles que te expandiram o saber, 
naqueles que te fortaleceram os ideais,
enfim, naqueles que caminharam contigo?
 E naquele que és tu mesmo,
que sentimentos te permitiste despertar?

Que sonhos semeaste para o teu amanhã?
Já sabes o que queres para ti?
O que queres para os teus?
O que queres para o meio onde vives?
Daqui, para onde pretendes ir?
Qual a tua meta?
Qual o grande objetivo da tua vida?
E quem és, dentro de ti?

Se não te conheceres em tua essência,
o mundo te abrirá todas as portas, porém,
não saberás reconhecer a melhor que cabe a ti,
para te fazeres um vencedor.

Chegaste aqui, agora, mas não é o fim do teu caminho,
tu sabes. Daqui seguirás para onde só a ti cabe a escolha.
Verificas tua bagagem, tens todas as ferramentas
necessárias para construir tu mesmo a serenidade do teu porvir.
O bem que conquistaste, multiplica-o vida afora
E, se algum tropeço tiveste, extrai dele o aprendizado,
leves contigo apenas o extrato das tuas experiências,
que te orientem na direção dos teus novos passos.
Não esperes de outrem as tuas glórias,
nem julgues como sina os eventuais contratempos
que surgirem à tua frente, porque o destino não existe,
o que existe é o destinar-se.

Estás aqui, agora, venceste mais uma etapa da tua vida!
A hora é de alegria, respiras aliviado a doce leveza
deste ar festivo que vem das tuas conquistas.
Divides tua vitória com todos aqueles
que assumiram contigo a tua empreitada, 
despendendo esforços para bem nutrir as tuas esperanças
em busca do teu êxito que, hoje, resplandece em teu semblante.

Agradece teus benfeitores, mentores, condutores,
companheiros, amigos, agradece a todos por tudo!
Agradece sobretudo Àquele que a todos estes
reuniu junto de ti, nessa empreitada.

Olha à tua frente, olha dos lados, olha para o alto,
percebe o teu universo, percebe o mundo à tua volta,
percebe teus companheiros da grande jornada do viver.
E, olha, principalmente, para dentro de ti.
Faz bom uso do teu aprendizado nas vias do saber,
entre o ter e o ser, busca sempre o equilíbrio.
Sê útil! Serve de ti o que de melhor tiveres a quem precise,
sê melhor a cada dia, que a cada dia farás melhor
o meio que te envolve. Consolida a tua dignidade.
Gratifica o teu espírito com o dom de seres bom
e serve-te a ti mesmo da dádiva de poderes servir.
Sente em teu coração o esplendor da Luz que te ilumina,
a Força imbatível que te encoraja, 
o Poder Supremo que te protege,
o Amor Maior que te abençoa! 
E segue... Avante!


                                                 Isabel Pakes

Mensagem aos formandos do 2º Grau da Escola Pres. Artur da Silva Bernardes
Cerquilho/SP – 02/12/2011



terça-feira, 22 de novembro de 2011



Hoje, dia do músico, minha homenagem 
especial a um músico especial.

In memorian
( Edson Ferraz ) 
  
Minha saudade desliza no teclado imóvel 
em notas de paz e harmonia 
à lembrança das suas mãos.
E vibra nos meus ouvidos, 
 em sonora melodia  
 no timbre da sua voz. 
E dança no riso das crianças - 
 - graça e doçura, 
irmãs do seu carisma. 
E o aplaude no deleite dos velhinhos - 
- serenidade e respeito 
às palmas do seu afago. 
E se gratifica no legado dos seus bens: 
 amor, arte e alegria, 
que alcanço e me acrescenta. 
  
Minha saudade se embala, se enleva... 
Música anímica 
em suaves ondas caminhantes... 
  
Minha saudade descansa 
 sob o manto de Jesus. 
Divino Espírito Santo, guardai-o em Sua Luz.


                                           Isabel Pakes





 Mar, grande Mar


Mar, grande Mar, 
que fascínio é esse 
que me toma os olhos 
e os leva a surfar 
no verde-azul do teu horizonte, 
enquanto o teu espírito 
se apossa do meu corpo 
e não cabendo em mim 
transborda em lágrimas? 
... E o nosso sal se mistura 
no ir e vir das suas ondas. 

Mar, grande Mar, 
que força é essa, 
que apreende os meus sentidos 
e me põe contemplativa, 
estática, 
e cativo o pensamento? 
Que deidade é essa 
que me impõe respeito 
e se faz meu venerando 
e enlevada a minha alma 
num profundo estado de oração? 

Mar, grande Mar...

                                       Isabel Pakes



quarta-feira, 16 de novembro de 2011




Prece   


Senhor,
dá-me do pão, 
 alimento para o corpo, 
sobretudo dá-me do Pão,
alimento para o espírito. 
E dá-me em abundância 
porque o meu espírito não se farta. 

                                                Isabel Pakes



quinta-feira, 10 de novembro de 2011



Observem as crisálidas

Acentuam-se os sinais!
Já se ouvem os primeiros acordes da era vindoura.
Mais um pouco e soarão as trombetas!
Que os ouvidos se dêem a ouvir.
Que tombem todos os marcos!
Não existem fronteiras entre o céu e a terra.
Não existem barreiras entre o homem e o seu Senhor,
O que há são temores - penumbras
que se diluem à proximidade da Luz.

E calem-se as bocas nefastas!
Há muito seus ecos desalentam-se
por muito se repetir e apenas se repetir.
São idos os seus tempos. A Luz se intensifica!
A Luz! Não o incandescer efêmero das chamas.
A Luz! A que vem do despertar da Vida
que a alma aquece e diviniza
e a todo mal acanha e apascenta.
Que sejam despertos os homens!

Observem as crisálidas:
antes limitadas larvas e, de repente,
despertam aladas, em cores, tão lindas,
que o prazer do vôo é maior que o susto
frente à imensidão do espaço
que se lhes abre por inteiro!
Antes, grotescas comiam folhas,
beijarão as flores depois!
Quem lhes voltava a face, as contemplará.
Que os olhos se dêem a ver.

Que sejam despertos os homens! 

                                          Isabel Pakes

     

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

                      


                      Utopia


Madrugada insone, inquieta nostalgia...
Recorro à minha arca de guardados,
abro o diário dos meus velhos dias
no alvorar dos meus anos dourados.

Lembranças ternas, doces fantasias...
O primeiro beijo súbito roubado,
o íntimo fremir... Contida euforia.
Segredo meu em versos camuflado.

Esperança inglória, melancolia...

Saudade. Meus anelos sublimados.
Esboço de um idílio... Ah, utopia!

Folhas em branco, o sonho postergado.

Fecho o diário, já vem raiando o dia.
Segue o amor, na arca, silenciado.

Isabel Pakes


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segunda-feira, 31 de outubro de 2011



Venha comigo
  
Venha comigo. 
Acomode-se nas asas destes versos sonhadores, 
libere seus pensamentos cotidianos 
- que se evadam pelas entrelinhas - 
e desaperte o cinto do seu coração. 
Vamos voar! Voar! 
Provar do vento o sabor natural da liberdade! 
Singrar o azul... Pairar no ar. 
Esculpir nas nuvens sorrisos de crianças
e deixá-los ir céu afora...
E possa a inocência derramar-se sobre os homens. 

Voar! Singrar o azul, desfrutar da paz absoluta! 
E quando o dia se for, adentrar o portal da noite  
e acender as luminárias da Via-Láctea. 
Flutuar junto a poeira dos astros e colher estrelas, 
miríades de estrelas e agrupá-las num imenso coração - 
- Constelação do Amor - Signo da Terra! 
Depois, na euforia desse feito criador, bailar! 
Bailar com as luzes, bailar! 
Bailar no éter, bailar! 
Bailar... Bailar... Vertiginosamente!
E, cadentes, nos incandescer para não despertar...

                              Isabel Pakes



terça-feira, 25 de outubro de 2011



Haikai

Brisa da manhã
raios de sol no quintal
cheiro de hortelã.

                                                    Isabel Pakes




quarta-feira, 19 de outubro de 2011



Eclipse 

Você veio 
ardente 
como o sol! 
  
Eu, 
branda 
como a lua! 
  
E nos encontramos. 
  
Irônica ilusão! 
  
Foi um eclipse. 
Só isso! 


                                                  Isabel Pakes

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011



Num átimo   

"Houve um tempo em que servia-se..." 
Pensava eu absorta e, num átimo, trespassei quarentrilhões, 
como diria um primo meu que se exilou no imaginário. 
Mais fácil mensurar assim o que não sei.
Delírios! Mais fácil definir assim, 
para quem os ateste, não os possa contestar. 
Num átimo... Eu vi!

Vestindo um tecido rústico azul hortência,
levando na cesta o pão e o peixe que servia
movia-se mansamente entre os presentes, 
em trajes épicos como o dela
acomodados na gramínea esparsa,
reunidos para ouvir... Arrebatados! 
Um homem de cabelos ruivos encaracolados,
estático, parecia contemplar o céu.

Uma mecha longa de cabelos negros
desprendida do manto que os cobria,
a pele aveludada, os traços delicados,
os olhos escuros e expressivos
onde a nobreza da alma lhe aflorava, 
compunham uma beleza ímpar de mulher.
Jovem senhora, que olhou para mim sem estranheza,
mas como quem vê através de uma finíssima cortina.
Contudo, deixou transparecer que me sabia "forasteira" ali.

- Aceita uma fruta? 
Perguntou-me um jovem amigo tocando-me o braço
e, num átimo, "voltei". 
Uma emoção singular se afogueou dentro de mim. 
Estonteada, movi alguns passos... Maravilhada!
E continuei a ouvir... Parábolas! 

                             Isabel Pakes




quarta-feira, 12 de outubro de 2011



Sonho clarinho


- Vovozinha, eu vou dormir,
mas, não apague a luz, 
tenho medo do escuro,
medo do bicho-papão.

- Quando dorme, meu amor,
não se fecham os seus olhinhos?
- Sim, sim, já estão fechando,
estou com muito soninho.

- E o que vê de olhos fechados?
- Nada, só a escuridão.
- E desse escuro aí dentro,
você não tem medo, não?

- Não, porque aqui dentro
o escuro não demora,
eu estou quase dormindo,
já, já ele vai embora.

- Como assim, vai embora?
Não entendi, amorzinho.
- É que dormindo, eu sonho
e o meu sonho é bem clarinho!

- Então, eu posso apagar a luz...?
- Hum... está bem, pode apagar,
mas espere, vovó, só depois
que o meu sonho começar.

- Oh, meu amor, como vou saber?
Eu vou ter que adivinhar?
- Ah, vovó, você também vai estar
lá dentro do meu sonhar!
(Deborah Aline Pakes Ferraz, aos 3 anos)

                                        Isabel Pakes

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sexta-feira, 7 de outubro de 2011



POESIA QUE CRIANÇA INSPIRA


Mágina

Sozinha no quintal
a menininha brincava.
Cantava, dançava...
Sem parar, tagarelava.

Em uma conversa animada
falava, falava e ria,
feliz com as amiguinhas 
que somente ela via.

Um burburinho de fadas
na ciranda da amizade,
cantigas de amor e paz,
de crença e felicidade.

O quintal transfigurado
era um jardim encantado.
Tudo ali resplandecia
cheirando à alecrim dourado.

Um coral de passarinhos,
a brisa alegre a soprar,
folhas e flores bailando,
borboletas a rodopiar...

E mais um lindo arco-íris
à luz do sol a brilhar.
Na reinação da criança
tudo é possível “criar”.

No mesmo tempo-espaço,
realidade e fantasia
compunham um só universo
pleno de luz e poesia. 

Menina e Natureza
em perfeita harmonia.
Alquimia da pureza:
criança, sonho e magia!

                                                                        - Querida, é hora do lanche. Vem!
                                                                        - Ah, mamãe! Você me tirou de mágina,
                                                                        eu não queria isso, não!
                                                                        - Mágina... O que é mágina, meu bem?
                                                                        - Mágina, mamãe, é um lugar aqui, ó,
                                                                        dentro da minha "maginação".
                                                                        (Érica Pakes Ferraz, aos 4 anos)

                                    Isabel Pakes


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sábado, 1 de outubro de 2011




Bom tempo

Acendi o sol dentro de mim
hoje de manhãzinha, 
depois da chuva que passou 
e levou os meus entulhos 
com as folhas mortas, 
na enxurrada. 

                                         Isabel Pakes


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quarta-feira, 28 de setembro de 2011




Quem és 


Quem és, mística rosa cor, 
advinda dos anjos? 
  
Que boca te exalou, 
hálito doce? 
  
Que plano trespassaste 
para brotares de mim, 
sorriso perpétuo, 
porquanto eu vivo? 
  
Quem te pensou e concebeu 
por entre as pedras do meu caminho, 
ó flor? 
  
E eu que me pensava vivendo ao desamparo... 
Jamais te ousara sonhar! 
  
De que estrela apreendeste tanta luz, 
que me tornou capaz de ver além das brumas 
e me encantar com o dia 
a cada amanhecer? 


                            Para Érica, minha filha.
                           Isabel Pakes - maio/1988


terça-feira, 27 de setembro de 2011

                                                         

                                 Tempo encantado 
    
                                     Bolo de coco, 
                                     doce de leite, 
                                     bala de mel. 
                                     Carinho doce, 
                                     sabor azul, 
                                     gosto de céu! 

                                     O dia é festa! 
                                     Galo na testa 
                                     canta canção. 
                                     A bola rola. 
                                     Dá-lhe de sola 
                                     meu campeão. 

                                     Sonho sonhado, 
                                     tempo encantado, 
                                     lápis de cor. 
                                     Papel riscado, 
                                     cavalo alado 
                                     do meu pintor. 

                                     É contorcionista, 
                                     malabarista, 
                                     um forte cawboy! 
                                     Arteiro artista. 
                                     Não perco de vista 
                                     meu super-herói. 

                                     É noite, menino, 
                                     traz seu silêncio 
                                     pra silenciar. 
                                     Lá fora o mundo 
                                     fechou os olhos, 
                                     quer descansar. 

                                     Bicho Papão 
                                     sai do telhado, 
                                     foge daí. 
                                     Foge depressa, 
                                     menino bravo 
                                     mora aqui. 


                                  Para meu filho Ronaldo
                                  Isabel Pakes - setembro/1981


segunda-feira, 26 de setembro de 2011



O seu sorriso


O seu sorriso, minha criança, é o que aviva minha esperança,
o que fortalece minha alma, o que me encoraja e acalma.
O seu sorriso é tudo de que preciso.
Tome minhas mãos, meu filho, segure-as bem.
Passe para mim um pouco da energia que você tem
 e vamos indo. Eu sei que é árdua a jornada, 
mas Deus segue conosco na mesma estrada.
Já foram tantos os obstáculos vencidos, 
tantos os prêmios conseguidos...
Não me assustam mais os espinhos esparramados
 ao longo do caminho. Afinal, todo prêmio tem seu preço. 
Custe o que custar, vale a pena, vale o prêmio!
Eu ofereço a minha vida em troca da sua mais florida
e ainda é pouco, comparado ao que merece.
Pelo muito que você me oferece, por suas lições de amor, 
meu pequenino mestre, meu pequeno sol ardente 
que aquece meu coração e aclara minha mente,
por suas barreiras vencidas transformadas em alegrias
e comigo repartidas no passar de cada dia...
É muito pouco, é quase nada.
Você é como um livro que trago sempre à mão,
que Deus escreveu, talvez, de propósito para o meu coração,
para que eu me torne mais crescida,
pois me ensina a compreender o porquê dos "porquês" da vida,
a perceber as verdades do mundo e a descobrir belezas 
e encantos que vislumbro em todas as coisas, 
em todos os cantos, mesmo no olhar triste de um vagabundo 
se nele penetro e me aprofundo.
E se, às vezes, eu me sinto entristecida 
observando seus movimentos desordenados
e meu rosto se fecha preocupado revelando meus cuidados
 com seu dia de amanhã,
como que adivinhando meus pensamentos 
você se coloca a minha frente e sorri
como se me dissesse: - Mãe, não se preocupe, eu vencerei!
E num jeito simples que me põe contente, faz-me um carinho fazendo graça, beija-me o rosto, me abraça...
Ah.... Minha criança. O seu sorriso é tudo de que preciso.
É a minha fé, a minha luz! 
É meu ponto de encontro com Jesus!


             Para meu filho Daniel, que venceu!
             Isabel Pakes - junho/1979