A ponte
Nem a profundidade do rio,
nem o peso do trem,
nem a “fragilidade” da ponte.
Era o medo.
Medo do meu medo,
medo de pensar...
e a ponte ruir.
Fechava a cortina,
fugia de ver,
me escondia de mim.
Comprimia meu pensamento
dentro dos meus olhos rasos,
cerrados.
Não via o rio,
"salvava" o trem, porém,
não “fortalecia” a ponte.
não “fortalecia” a ponte.
E o medo medrava à volta,
empanava a paisagem,
turvava a viagem.
Mas, uma noite,
uma estrela atraiu o meu olhar.
uma estrela atraiu o meu olhar.
Rútila luz, tão bela
pôs-me em êxtase a contemplar...
E o trem transpôs o rio
sem dar tempo de eu medrar.
E foi aí, nesse momento,
que aprendi a pensar.
Meu pensamento caldeado
no fogo do coração
como o ferro foi forjado
em cruz de sublimação -
- ponte segura, perene...
Não tenho mais medo, não!
Quem ao alto estende os olhos
escapa aos temores do “chão”.
Isabel Pakes
Imagem Google
... era o medo de ter medo, até que num momento o coração entendeu a ilusão que é ter medo do que não existe e o trem continuou parando nas estações...
ResponderExcluirBeijos Bel.
É, amiga Roseli, eu era uma menininha nesse tempo desse meu medo de atravessar a ponte, era um sofrimento! Por intuição, sem saber, eu já sabia do poder do pensamento e fugia de pensar... até que... até que aprendi...
ExcluirObrigada pela leitura, querida! Beijos
Bel