"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

domingo, 15 de abril de 2012



A ponte


Nem a profundidade do rio,
nem o peso do trem,
nem a “fragilidade” da ponte.
Era o medo.
Medo do meu medo,
medo de pensar...
e a ponte ruir.

Fechava a cortina,
fugia de ver,
me escondia de mim.
Comprimia meu pensamento
dentro dos meus olhos rasos,
cerrados.

Não via o rio,
"salvava" o trem, porém,
 não “fortalecia” a ponte.
E o medo medrava à volta,
empanava a paisagem,
turvava a viagem.

Mas, uma noite, 
uma estrela atraiu o meu olhar.
Rútila luz, tão bela
pôs-me em êxtase a contemplar...
E o trem transpôs o rio
sem dar tempo de eu medrar.
E foi aí, nesse momento,
que aprendi a pensar. 

Meu pensamento caldeado
no fogo do coração
como o ferro foi forjado
em cruz de sublimação -
- ponte segura, perene...
Não tenho mais medo, não!
Quem ao alto estende os olhos
escapa aos temores do “chão”. 

                                                    Isabel Pakes

Imagem Google


2 comentários:

  1. ... era o medo de ter medo, até que num momento o coração entendeu a ilusão que é ter medo do que não existe e o trem continuou parando nas estações...

    Beijos Bel.

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    1. É, amiga Roseli, eu era uma menininha nesse tempo desse meu medo de atravessar a ponte, era um sofrimento! Por intuição, sem saber, eu já sabia do poder do pensamento e fugia de pensar... até que... até que aprendi...

      Obrigada pela leitura, querida! Beijos
      Bel

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