"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

segunda-feira, 27 de agosto de 2012





Abriram-se as cortinas
como grandes asas janela adentro.
Feito pássaro invisível, 
trouxe um perfume de flores e se foi,
 o vento. 

                                                Isabel Pakes






sexta-feira, 17 de agosto de 2012



"Se alguém te perguntar 
o que quiseste dizer com um poema, 
pergunta-lhe o que Deus quis dizer
 com este mundo... "

                    ~ Mario Quintana

Foto Nasa


quinta-feira, 9 de agosto de 2012


Intuição


Madrugada. Estranhezas...
O silêncio que ao longe vibra 
ressoa em mim, sonoro, 
perfumado de rosas. 
Intuição...? Deixo-me guiar 
e, entre versos e prosas,  
as encontro em tuas cartas,
perpetuadas na fotografia 
lindas, frescas, alvas! 
Magnetizam-me... 
Afago-as e respingam em mim 
sensações, impressões... sentimentos. 
Segredam-me...
E, o silêncio que de longe me tange, 
traduz-se... permeado em tuas rosas orvalhadas 
- o poema mais bonito brotado das tuas mãos -
e o que, "silente", resguardas,
na sutileza das pétalas, 
revela ao meu coração,
enquanto minh'alma se entorpece
da essência das tuas... palavras,
e os meus olhos se umedecem,
orvalhando-se também.
  
                                           Isabel Pakes




sábado, 4 de agosto de 2012



Apatia 

A noite me viu tão triste que chorou estrelas... 
E enviou-me a brisa que me sussurrasse um acalanto, 
adormecesse em mim tanto quebranto,
tanto desejo de não ser...

(Tanta querença e este desencanto!) 
  
Mas o meu ego, surdo e cego, recoberto por escamas, 
dessas que a alma tece para abafar as chamas, custava serenar. 
  
Então veio a alvorada! 
Adiantou-se em sua hora em meus cuidados, 
beijou-me a boca, a fronte, os pés... 
Que a luz viesse dissipar-me as brumas, 
se infiltrasse em minhas amarguras e me sanasse, enfim. 
Minúsculos sóis se pontilharam, às dezenas, 
na transparência das gotas orvalhadas e em mim...
em mim, nada!

(Tanto ardor e este frio!) 
  
E me encontraram as Onze-Horas
ainda recolhida ao desconforto. 
Essas florinhas tímidas se me abriram
com uma humildade santa 
que quase, quase me alentaram, 
não fosse em mim a dor maior que a fé, neste instante.

(Tanto néctar e este acre!) 
  
Tanta vida e esta apatia! 
Aonde foi a seiva que me vicejava e o mel que me adocicava?
Aonde foi você? 

                   Isabel Pakes (1966)