"O amor é a força mais sutil do mundo." -- Mahatma Gandhi

sábado, 7 de dezembro de 2013



Fim de ano... 

Preciso 
dar-me uma pausa.
Aquietar-me.
Sentar-me à beira
e observar-me dentro.
Rebuscar-me na memória
no que faltei finalizar.
Perfazer-me.
Sanar dores,
preencher lacunas,
atualizar sonhos,
por-me em dia com a Poesia...
Inspirar! Respirar...
Transcender. 

                                                  Isabel Pakes




quarta-feira, 16 de outubro de 2013



Laranjeira

Flores miúdas, branquinhas,
suave fragrância no ar...
Laranjeira em florescência,
frutos que irei provar.

                                                      Isabel Pakes


sexta-feira, 4 de outubro de 2013




De coração a coração 

Inda o saberei ditoso
ocupando o seu espaço
inalando as fragrâncias
da poesia que recende

suave em seu antigo jardim.

Flores da alma brotadas,

doce essência da estesia
fecundando outras flores,
embevecendo outras almas...

Inda o saberei exultante, 

nobre cultor de versos,
em gloriosa alacridade
receber os seus lauréis
pelo mérito que lhe cabe;
celebrar o antigo sonho
 transfeito realidade; 
colher seus frutos, provar 
o néctar do seu plantio, 
em solo fértil rociado
 de amor, lirismo e esperança. 

Poesia, essência e fragrância,

de coração a coração 
excitando a aspiração, 
inspirando a criação.

Inda o saberei venturoso, 

do seu íntimo caminho
estender seus horizontes...
 Sentir, enfim, o imensurável 
que sempre abarcou em si,
infinito em cada semente
 advinda das sementes
que amanhou em seu jardim,
que o tempo colhe e replanta
ininterruptamente... 

                                    Isabel Pakes


segunda-feira, 23 de setembro de 2013



Matinada

Matinada!Abro a janela...
Eufóricos passarinhos 
fazem festa no quintal. 

Tão cedo ainda e o dia 
já se inunda de sol.
Um azul deslumbrante 
transluz em límpido céu. 

A brisa perpassa suave 
e uma doce fragrância 
se espalha no ar! 

E chegam colibris e borboletas,
pequeninos bailarinos 
num show de coreografia e cores
tão lindo, que as flores, 
gratificadas, se dão a beijar. 

É Primavera!
Bem-vinda!

                                                  Isabel Pakes


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domingo, 1 de setembro de 2013


Setembro

É setembro...
Recolho dos meus sonhos
sementes de renovo 
e concebo a minha renascente primavera
reflorida de esperança.
Que reproduza em abundância
o doce néctar da vida.
Sob a atmosfera do Amor
onde minh'alma onírica inspira.

                                               Isabel Pakes

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domingo, 21 de julho de 2013



Sensações

Sinto tocar-me a aura,
de repente e constante,
num instante qualquer do dia,
uma aragem mensageira
 impregnada de sensações...
Ora tépida, ora fria...
Ora benevolência, ora melancolia.
Como extratos de sabores desiguais
misturam-se em meu âmago, levedam-se
e o que fica é um gosto indefinível,
qualquer coisa de mosto ácido e amargo
respingado de mel e salpicado de sal.
Resta filtrar-me, reter apenas o mel e o sal,
retemperar-me. Retemperar...
E que a mesma aragem faça chegar...

                                                Isabel Pakes


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quarta-feira, 3 de julho de 2013


Borboleta

Sentiu fremir a minha alma,
meus anseios aflorando
e veio em minha direção.
Voo baixo, quase tocou os meus pés
e elevou-se, num convite:
“Sente a leveza do ar,
rompe o casulo, vem voar!”
E a brisa da tarde acolheu-me,
mente, alma e coração, suave e doce.
Integração. Evolução. 

                                                   Isabel Pakes


quarta-feira, 19 de junho de 2013



Transcendente

A poetisa: Lente ilimitada e
infinita
a decantar o 
mundo.

Ela: Leve
(mais que pluma)
e livre
(mais que o ar).

Ocupando
espaços e distâncias
com
palavras.

Transcendente
em seu ofício (nobre) 
e tornando belo tudo o que for
(in)verso.

~ Ivam Vagner Marcon - 05/05/2013
           

Poema/homenagem que o meu amigo e poeta Ivan Vagner Marcon dedicou a mim. 
Uma grande honra. Eternamente grata, amigo. 

Arte: Aristeu Casanova Costa


terça-feira, 11 de junho de 2013




Eu vinha só 

Eu vinha só 
com meus pensamentos, pensando... 
Onde o tempo do verbo, 
onde o lugar do ser na vastidão sem fim,
onde o manifesto do Amor? 
  
No silêncio eminente
eu buscava a razão e o discernimento: 
o porquê da Cruz, o porquê da dor... 
o porquê dos porquês,  
o porquê de mim... 
  
E vieram-me respostas...
Incontestáveis! Porém, idéias... 
A quem expor? E como? 
Palavras? Insana-as, diriam.
Eu vinha só.

Até que num dia ditoso
mandou me buscar um sábio:
mente luminosa, espírito excelso,
coração amoroso, 
mãos generosas...
Um mestre!

Reproduzidas em atos terão clareza
(ensinava). Sendo fatos, darão frutos.
Satisfeitos, serão justos. 

Seguindo-o já iam multidões,
mentes se iluminavam,
palavras formalizavam-se em ações
no exercício de ser, 
no aqui e agora do verbo
à eterna luz do Amor!

Eu vinha só. Eu vinha. 


                                       ~ Isabel Pakes






segunda-feira, 3 de junho de 2013




Senhor de mim 
  
Eis-me, Senhor de mim, 
vim a ti por conta do teu Amor. 
Por tua promessa, recebe-me.
Acolhe-me em tua aura, 
restaura minhas energias 
para que meus pés não se detenham 
à margem do caminho, 
tornando inútil todo o trajeto que já percorri. 
Ampara-me, Amado de minh’alma, 
reconforta-me. 
Dá-me do mel da tua boca, 
tua palavra é o meu sustento. 
Canta para mim a canção da verdade, 
acalanta-me sob a ternura do teu olhar,
cessa em tua paz o rumor dos meus conflitos. 
Guarda-me, Vida, em teu Sagrado Coração. 
Amém.

                 Isabel Pakes



quarta-feira, 29 de maio de 2013



Não bate, não

Vem de longe em inquietude,
dor de ânsias indomáveis...
Ó eco, não bate tão forte
no meu coração cansado
que o tempo enlanguesceu.

                                      Isabel Pakes


sábado, 18 de maio de 2013



Hálito da Vida 
  
E tendo criado o meio
com tudo o necessário 
o Espírito de Deus 
inspirou profundamente 
e vendo que era bom,
o ar puro e saudável,
espirou o Homem, 
alma vivente,
a quem confiou 
as terras e as águas. 
  
Porém, no andar do tempo, 
fomos nos desnaturando. 
Esquecemo-nos de nossa essência-
- sopro divino
e nos fizemos servos do egoísmo. 
Por ele ferimos a terra, 
poluímos as águas,
o ar...

A Natureza degenera-se.
E com ela, rarefaz-se
o hálito da vida. 
  
Contudo, é tempo ainda
 de recobrarmos...
Porquanto nos bafeje
o Espírito.

                                                 Isabel Pakes


quinta-feira, 2 de maio de 2013




Haikai


Vaga-lume pousado
na borda do ninho,
candeeiro de passarinho.

                               Isabel Pakes




sábado, 20 de abril de 2013




Impregnação

Lua crescente, estrelas mais fulgentes.
Por entre as silhuetas das árvores
um caminho de poucos passos.
No pequeno compartimento,
sobre a mesa rústica, um caderno,
uma caneta, algumas folhas soltas,
 pedacinhos de papel esparramados...
Rascunhos retalhados.

Sob tímida luz, um jovem poeta escrevia.
Silêncio. Nada, nenhum som,
nenhuma presença estrangeira
àquele universo íntimo e hermético,
apenas a musa do instante,
plasmada em seu pensamento.
Inspiração e transpiração.
No ar, um odor de paixão.
Cálidas mãos, cálidos versos.
Poesia em ebulição.

Um dia, o poeta se foi dali.
O tempo passou, 
o cenário se transformou, tudo mudou.
Porém, a essência da Poesia que o embebia
permanece ainda, no mesmo lugar,
recendente no ar.
Impregnação. 


                                             Isabel Pakes


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sábado, 13 de abril de 2013




Quando à luz a sombra se desfaz 

não é que a luz a tenha eliminado

é que a sombra se tenha iluminado.

                                       Isabel Pakes




quinta-feira, 21 de março de 2013




Outono


A chuva não cessa, o ar se resfria...

Minha poesia se desnuda como as árvores,

minhas palavras se extenuam pelas entrelinhas,

meus versos se esfacelam, consumidos pelo silêncio.


Minha poesia agora vaga 

nua de sentido

pela madrugada fria.


                          ~ Isabel Pakes





sexta-feira, 8 de março de 2013

8 de MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Essa mulher...

Prendo-me à lentidão dos seus passos.
Observo a figura miúda, a pele encarquilhada,
a névoa que empana o seu olhar...
E meu pensamento se entrega, divaga.
Tento adivinhar a soma dos seus anos,
 a cor dos seus cabelos antes de esbranquiçarem,
o viço que foi perdendo ao longo de sua vida...

Quantas histórias viveu? 
Sentimentos que provou... Quantos?!
Alegrias, tristezas, ilusões, desencantos,
dores, paixões, perdas, saudade, solidão...  
Cada um no seu momento e, o amor!
O amor, sempre! Sempre, o amor!
Amor de filha, de irmã, de amiga,
de mulher, de companheira, 
de mãe, de avó, de bisavó
e, entre tantos outros amores, 
o amor maior - o amor cristão. 
Sentimentos comuns à toda alma vivente.

Mas, ela, essa mulher em quem a vida já arqueja,
que tantas mudanças viu no mundo
e nela mesma, suas impressões em cada fase
e sobre tudo, tento adivinhar... 
E, agora, que o seu tempo, aqui, se escoa,
que a memória a atraiçoa,
o que será que lhe vai no coração? Tento adivinhar
e, de repente, como a ler meus pensamentos,
sua alma se revela diante dos meus olhos,
em seu semblante sereno, aflorada num sorriso
que a bebezinha, em seus braços, responde 
com um sorriso igual.

                                         Isabel Pakes


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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013



Haikai

Noite acalorada,
perfume intenso no ar...
Damas-da-noite na calçada.

                                                  Isabel Pakes





sábado, 2 de fevereiro de 2013



De passagem...

Passou por mim.
Espargiu-me essências de versos,
germinados num coração sonhador.
Lírica inspiração de um sentir sem limites,
que compreende, na alma em  êxtase,
desde o âmago das sementes
aos píncaros das montanhas,
e além, as profundezas etéreas.

Passou por mim.

Seduziu-me...
Provocou-me sensações...
Tantas! Diversas. Ternas...
Frescores matinais,
fragrâncias florais,
beijos de colibris,
aragens veranis,
doçura de mel...

Expôs-me, à alma,
imagens aprazíveis, lindas!  
Campos de flores, trigais, 
cascatas, bosques, mares,
lampejos de estrelas,
chuva de meteoros, 
lumes de pirilampos,
fulgores de auroras,
revoada de pássaros,
nuvens de borboletas...

Levou-me a vôos e mergulhos
por entre esperanças e amores,
canções, risos, burburinhos e cores,
farfalhadas, suspiros, sussurros... 
Por entre as lidas do dia
e a voluptuosidade da noite.

Sons da vida!
Arpejos da natureza,
cósmicos pulsares...

Passou por mim,
viandante no sonho teu.

Cativou-me...
Possuiu-me...
Inundou-me!

E seguiu...

Escreve, poeta! Escreve!
 Escreve a tua poesia
 sonhada! 

                                                           Isabel Pakes








sexta-feira, 25 de janeiro de 2013




Pode-se 
mudar o curso de um rio, 
mas não o seu lugar de chegar,
nem a fonte que lhe possibilitou a existência. 
A não ser que ela seque.  
E o rio também.

                                             Isabel Pakes


sábado, 19 de janeiro de 2013




POEMA PARA UM AMOR INTENSO
 
Amas-me tanto, Senhor!
Puseste nas alturas a extensão da tua grandeza
e banhaste os meus olhos com as luzes das estrelas
para que eu possa me extasiar ao contemplar tua beleza!
 
Amas-me tanto, Senhor!
Sobre a terra deixaste transbordar o cálice da tua providência
e fertilizaste o meu espírito nos princípios da fé
para que eu possa me abastar do Pão sem temores de carência!

Amas-me tanto, Senhor!
Concedeste-me o dom da Vida.
Tomaste-me por teu filho e herdeiro dos teus astros, 
das tuas águas, das tuas flores...
E para consumar o teu amor por mim
ofereceste em holocausto o teu melhor cordeiro!

Amas-me tanto, Senhor!
Dentro da minha pequenez me constituíste grande e forte
quando à tua imagem e semelhança.
E tudo o que esperas de mim é tão pouco!
Apenas que eu me guarde simples aos teus olhos,
tua eterna criança!
 
Amas-me tanto, Senhor!
Quantas vezes tenho te contristado 
apresentando-me fraca diante de ti 
sem que te apartes de mim...
Quantas vezes tenho te agastado com lamúrias infundadas
e mesmo assim me reconfortas e me reconduzes à caminhada!
 
Amas-me tanto, Senhor!
Que eu me perco em meus anseios de muito te louvar.
E sinto-me impotente na busca de palavras
que retratem fielmente a minha inspiração.
Por mais que eu me desdobre em pensamento
não consigo me alcançar no infinito da minha gratidão!


Isabel Pakes ~ In "Poesia e Liberdade" das Edições Maria - Juiz de Fora/MG
1º lugar no I Concurso Nacional de Poesias "Fernando Pessoa"
entre 6.564 concorrentes do Brasil e exterior. (1989)





sábado, 12 de janeiro de 2013



Canto cativo

Pássaro cativo canta, 
um canto enternecedor,
mas não as notas que queira entoar  
(instruções de voo e de vida),
para não confundir o pequenino
que o ouve do seu ninho, na árvore  do quintal. 
Só liberto o poderia ensinar a ruflar as asas, 
a alçar voo, mostrar-lhe as manobras... 
A reconhecer as armadilhas do caminho
e a direção para um voo seguro.
A ir e vir tranquilo, solto no ar.

Pássaro cativo só canta para camuflar o seu pesar.
À noite, sob o pano que lhe ofusca o lume,
pensa no pequenino ainda implume -
- que as aparências não o impeça
de o sentir em sua essência.
Não pense em suas asas a impotência,
nem a gaiola um luxuoso modelo  de ninho.
Cresça livre para voar nas alturas;
em sua natureza de pássaro
saiba se orientar em seus voos
e reconhecer um bom lugar de pousar.
E seja autêntico o seu cantar.

                                                      Isabel Pakes



                                                 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013




Salve 2013!

E lá vamos nós neste grande carrossel
girando por entre astros e estrelas,
seguindo a jornada no espaço infinito
que chamamos de céu,
percorrendo o Universo,
incomensurável morada de Deus. 

                                                  Isabel Pakes



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